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| Foto: Ednilto Neves |
Com a intenção de conter os prejuízos provocados pela falta de passageiros, a empresa Ocimar Transportes, responsável pela frota de ônibus de Mossoró, informou que a tarifa ideal seria algo em torno de R$ 4,00. O proprietário da empresa, José Lenildo de Lima, informou que os principais fatores que prejudicam o transporte público são o baixo valor da tarifa e os transportes clandestinos que atuam no município.
Na manhã de ontem (29), em entrevista concedida a um programa de rádio local, o proprietário da empresa Ocimar Transportes informou sobre o pagamento dos funcionários, sobre a situação da empresa e sobre os rumos da Ocimar Transportes em Mossoró. Um dos pontos que chamou atenção foi o valor do prejuízo apresentado pelo empresário. Segundo ele, até o final do ano, a estimativa é de que a empresa calcule mais de R$ 1 milhão em prejuízos.
“Hoje, por exemplo, nós temos três linhas inviáveis que estão operando em Mossoró: Bom Jesus, Santo Antônio e Belo Horizonte. Para um ônibus desses operar, o custo diário é de R$ 500,00 para cada transporte e, infelizmente, essas linhas não arrecadam esse valor, muito menos dão lucro à empresa”, informou José Lenildo Lima.
Em contrapartida, a linha mais movimentada é a que leva os passageiros até o conjunto Nova Vida, localizada na zona leste de Mossoró. “A linha mais movimentada de Mossoró é a Nova Vida, que transporta cerca de 40 mil passageiros no mês, com uma média de 2.200 passageiros por dia”, informou o empresário.
Ainda de acordo com as informações do empresário, um dos maiores fatores que contribui para os prejuízos da empresa é a alta competitividade dos táxis e mototáxis clandestinos. Mesmo com um grande número de passageiros que utilizam a linha do conjunto Nova Vida, José Lenildo disse que os táxis são responsáveis por transportar 60% dos passageiros daquele bairro.
“É preciso ter uma ação forte para fiscalizar os táxis clandestinos que transportam os passageiros não apenas para o conjunto Nova Vida, como para os demais bairros de Mossoró. A gestão municipal tem que entender que é uma concorrência desleal com o transporte público”, disse.
Na perspectiva de reduzir os prejuízos e visando os lucros, o empresário informou que o ideal é que a tarifa fosse reajustada para R$ 4,00. “A tarifa ideal hoje, com a demanda que está, seria em torno de mais de R$ 4,00. Mas, para empatar com as contas (sanar as dívidas sem ter lucro), seria necessária uma tarifa de R$ 3,50”, explicou.
Sobre a especulação de que a empresa iria deixar a cidade, o proprietário da Ocimar Transportes disse que estão sendo veiculados comentários negativos de muitos que querem que a empresa saia de Mossoró, e que vai cumprir o contrato e permanecer até o final do prazo estipulado.
Além de cumprir o contrato, José Lenildo ainda adiantou que a empresa vai participar do processo licitatório que está sendo promovido pela Prefeitura de Mossoró, que tem previsão de lançamento para a segunda quinzena de outubro.
Atualmente, a empresa Ocimar Transportes opera com 30 ônibus e mantém cinco carros na reserva. Em relação à quantidade de funcionários, o proprietário da empresa afirmou que cerca de 70 motoristas estão atuando com plenitude.
Recentemente, alguns motoristas foram demitidos e outros pediram demissão dos seus cargos após o descumprimento da promessa de pagamento, por parte da empresa, das três quinzenas de salários que estariam atrasadas. Na ocasião, os motoristas paralisaram as atividades, o que gerou enorme transtorno aos usuários, e reivindicaram o pagamento de seus salários.
Com a atitude dos motoristas, alguns foram demitidos por não cumprirem a carga horária e outros saíram da empresa por não aceitarem trabalhar sem receber. Sobre o pagamento dos salários atrasados, o proprietário da empresa afirmou que está entrando em acordo com os motoristas e efetuando, gradativamente, o pagamento dos salários.
“Estamos colocando em dia o pagamento dos motoristas, explicamos a situação para eles. Informamos que dependemos de vários fatores para que possamos colocar esse pagamento em dia. Os motoristas que compreenderam os nossos motivos fizeram um acordo e estão recebendo os seus salários”, disse José Lenildo Lima.
DeFato
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