Embora evite falar mais amplamente sobre o projeto de lei que trata da regulamentação do transporte público na capital potiguar, em análise na Câmara Municipal de Natal, o empresário e coordenador de projetos do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal (Seturn), Nilson Queiroga, afirma que "há alguns pontos que podem tornar a exploração do serviço mais onerosa e, portanto, menos atrativa para os empresários". Segundo ele, o Seturn não está "infuenciando em nada essa discussão" e só vai ter um posicionamento oficial quando a Lei, que balizará a licitação, for sancionada e o Edital for publicado. Entre as medidas que podem tornar o sistema mais oneroso ele citou a elevação do percentual de gratuidade.
Ainda assim, Nilson Queiroga diz que todas as empresas de ônibus que operam hoje em Natal estão na expectativa de participar da licitação. De acordo com o representante do Seturn, nenhuma quer ficar de fora. “Se vão atender às exigências, nós só poderemos dizer quando o edital sair, mas todas estão pretendendo participar para poder continuar oferecendo o serviço, desde que o edital venha de uma forma viável, possibilitando o equilíbrio financeiro do sistema. Hoje, as finanças estão desequilibradas, com a receita muito aquém da despesa”, disse ele.
Os empresários de ônibus de Natal vêm tendo prejuízos, segundo Queiroga, porque a tarifa está defasada desde 2011. Levando em consideração somente a inflação, sem pesar combustível e salários dos empregados, a passagem cobrada hoje deveria ser de R$2,90, segundo ele. “Com esse valor de R$ 2,35 não existe lucro, e sim prejuízo”, completa Queiroga, que atribui ao poder público a culpa por essa situação.
“Tarifa, estudante, integração, todas essas questões são empurradas para o judiciário, porque a secretaria (STTU) é omissa, não resolve nada”, critica. O coordenador de projetos do Seturn afirma que se o órgão gestor de transporte do município não reajustar a tarifa para R$ 2,90, com base na inflação, as empresas não vão aguentar chegar a uma licitação.
Quanto à insegurança no transporte, Nilson Queiroga, defende que o pagamento da passagem com dinheiro seja abolido, como forma de acabar de vez com a onda de assaltos que tanto assombra passageiros, cobradores e motoristas de ônibus. Nos últimos cinco meses, o Sindicato dos Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro) contabilizou 253 assaltos na Região Metropolitana de Natal, sendo 205 somente na capital potiguar. Oficialmente, segundo a Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) no período de 1 de janeiro a 20 de maio deste ano, ocorreram 122 assaltos a ônibus na Grande Natal, contra 244 casos no mesmo período de 2014.
“A solução é tirar o dinheiro. Fora isso, tudo que for feito será paliativo e o problema nunca será resolvido. Está provado que a medida dá certo. Na cidade de Campo Grande/RJ tiraram o dinheiro dos ônibus e conseguiram acabar com os assaltos. Em Goiânia, Cuiabá e Palmas aconteceu a mesma coisa. Aqui, desde o ano passado, em reuniões com representantes dos rodoviários, as polícias Militar e Civil já defendiam que o dinheiro fosse tirado”, disse.
Via Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário