terça-feira, 26 de maio de 2015

Mossoró: Ações eficientes de mobilidade urbana exigem investimento de R$ 2,772 milhões por ano

De acordo com pesquisa feita pelo Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais (Dacs) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), a implantação do Plano de Mobilidade Urbana de Mossoró (PMUM), elaborado no ano de 2010, na cidade exigiria um investimento médio de R$ 231 mil por mês pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). Em um ano, o montante resultaria em R$ 2,772 milhões.


"Para aumentar a frota para 50 ônibus, implantar integração, aumentar linhas e não subir o valor da passagem, a Prefeitura deveria investir, mensalmente, R$ 231 mil no sistema de transporte público. Usamos para este estudo o método do grupo de pesquisa sobre Mobilidade do Governo Federal para realizar os cálculos", disse o professor Eric Amaral.

Segundo o professor, o maior problema verificado no transporte público da cidade e apontado como desestímulo da população em utilizá-lo é a demora nos pontos de ônibus, onde, em alguns bairros, a espera chega a ser superior a uma hora. Com a implantação do PMUM, o tempo médio cairia para 13 minutos.

"O aumento na quantidade de ônibus e percursos percorridos iriam estimular as pessoas a usarem mais o transporte público, o que resultaria na melhoria da mobilidade como um todo, com ruas menos inchadas. Em média, com mudanças como a criação de faixas exclusivas e aumento da frota, a velocidade de deslocamento da população de até um salário mínimo aumentaria 45%", explica Eric Amaral.

Além da melhora na mobilidade, Eric Amaral conta que o maior investimento no transporte público resultaria em redução do número de acidentes de trânsito. Consequentemente, a redução dos gastos com o tratamento de vítimas desses incidentes ajudaria a melhorar a qualidade do sistema público de saúde, com mais verba para outros tratamentos.

"Se formos analisar, em média, mais da metade dos pacientes que dão entrada no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) são vítimas de acidentes de trânsito, sobretudo envolvidos com motos. Este tipo de veículo é usado, muitas vezes, pela população de menor renda como forma de suprir as deficiências do transporte público", informa o professor.

Grupo de pesquisa analisou velocidade média de deslocamento em diferentes tipos de veículos

Eric Amaral conta que, para avaliar as condições de deslocamento em Mossoró utilizando diferentes tipos de veículos, um experimento foi realizado com grupo de alunos a fim de medir o tempo de deslocamento, distância percorrida, custo da viagem e velocidade média desenvolvida. As alternativas analisadas foram carro, ônibus, moto, bicicleta e percorrer o percurso a pé.

"Reunimos alunos e, partindo todos ao mesmo tempo, do mesmo local e com mesmo destino, vimos que em todas as formas de transporte a mobilidade na cidade está comprometida, com as velocidades médias de deslocamento muito baixas. Há ainda situações como médias parecidas entre transportes totalmente diferentes, mostrando que é preciso repensar a mobilidade na cidade", afirma o professor.

Em média, o aluno que percorreu o trecho de bicicleta alcançou velocidade média de 16 km/h enquanto o estudante que realizou o percurso de carro desenvolveu velocidade de 18,5 km/h. Já o tempo levado pela estudante que percorreu o percurso de ônibus, 80 minutos, foi muito próximo ao tempo de trajeto dos alunos que fizeram o percurso a pé, de 87 minutos.

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