Foto: Magnus Nascimento |
É difícil mensurar o que está mais lento: o trânsito nas rodovias federais que passam pela Grande Natal ou o andamento das obras há anos. De três grandes obras, que somam pouco mais de meio bilhão de reais (R$ 523 milhões), planejadas para Região Metropolitana até agora nenhuma está em fase de canteiro de obras. Se ficarem prontas deverão eliminar vários semáforos, prover os pedestres de passagens seguras e acabar com o encontro de fluxo de veículos local com os de longa distância nas rodovias federais que passam por Natal. Cada uma enfrenta uma dificuldade burocrática diferente. Soma-se a isso o corte de mais de R$ 5 bilhões no orçamento do Ministério dos Transportes para este ano.
Logo na principal entrada de Natal, na BR – 101 Sul, o congestionamento já marcou época, mas ainda está longe de entrar definitivamente para a história e deixar o cotidiano. Em 2012, a duplicação da principal rodovia federal do Estado até a Paraíba foi concluída pelo Exército Brasileiro, mas o trecho de trânsito mais intenso não foi contemplado.
Além do projeto original de duplicação das marginais, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) incluiu equipamentos viários como túneis, viadutos e passarelas num trecho mais longo – que começa no viaduto de Ponta Negra e vai até a entrada de Pium. Todas essas soluções deveriam resolver os problemas na avenida Abel Cabral e Maria Lacerda Montenegro, entrada e saída de Nova Parnamirim. “Todo dia é assim. De manhã, de 8h da manhã e de noite também é a mesma coisa. Quando eu venho do Planalto pra cá de carro, fico parado aí quando não chego cedo”, disse Paulo Ricardo Silva, lavador de carros numa empresa na BR-101.
Na saída de Neópolis, na avenida dos Pinheirais, as filas de carros também ficam longas no horário de pico. Além de disputar espaço com os carros que vem da rodovia federal, cerca de 50 metros a frente do acesso à BR-101, os condutores que saem da avenida dos Pinheirais esbarram com uma parada de ônibus. “Tem dias que tem dois ou três carros batidos porque eles tentam se livrar o trânsito. Os carros já começam a se arrastar já lá em Emaús”, contou Francisco das Chagas, funcionário público que passa quase todos os dias no local.
O consórcio Natal – Parnamirim recebeu a ordem de serviço em dezembro de 2014. Mas segundo o superintendente do Dnit no Rio Grande do Norte, Ézio Gonçalves, a previsão para iniciar os trabalhos é 30 de novembro deste ano. Segundo ele, isso ocorre por conta da modalidade de contratação: Regime Diferenciado de Contratação Integrado (RDCI). Com esse modelo, a empresa que executa a obra elabora os projetos (básico e executivo).
Por enquanto, a readequação e duplicação do trecho da BR- 101 entre Natal e Parnamirim está em fase de projeto. “Hoje temos 90% do projeto básico aprovado e medido”, disse Gonçalves. Segundo ele, outro ponto que consumiu tempo na elaboração no projeto básico foi a inclusão de ciclovias. “Houve uma demanda da sociedade de uma inclusão de uma faixa para ciclistas. O estudo está sendo feito agora nesses meses de junho e julho”, disse. Originalmente o projeto havia sido concebido sem essa preocupação, embora o meio seja bem utilizado na Grande Natal. Treze semáforos serão eliminados no trecho entre Natal e Parnamirim com as obras, que incluem seis viadutos, cinco passarelas e uma passagem inferior.
Projetos emperrados, trânsito congestionado
- Problema: Os condutores que saem de Neópolis pela avenida dos Pinheirais têm, necessariamente, de entrar na marginal da BR-101 para ter acesso a uma das pistas principais e se dirigir ao centro de Natal. O problema é que essa saída praticamente paralisa o trânsito em horários de pico. Para piorar a retenção dos veículos, uma parada de ônibus está localizada a menos de 100 metros da saída de Neópolis.
Solução: construção de um viaduto
Investimento: dentro do projeto de readequação e duplicação do trecho de 13,2 km, no total de R$ 223 milhões
Andamento da solução: em fase de elaboração do projeto básico com previsão para início das obras é de novembro de 2015.
Empresa responsável: Consórcio Natal – Parnamirim.
RDCI 3/2014
- Problema: No meio do trecho mais movimentado da BR 101 no Estado, entre Natal e Parnamirim, um conjunto de sinais de trânsito travam o fluxo de veículos. Os acessos na marginal para entrar e sair de Nova Parnamirim ficam a pouco mais de 50 metros um do outro. Qualquer acidente nessa região em qualquer sentido é capaz de gerar dezenas de quilômetros de congestionamento
Solução: construção de um viaduto para dar acesso à avenida Abel Cabral e uma passagem inferior em direção à avenida Maria Lacerda
Investimento: dentro do projeto de readequação e duplicação do trecho entre Natal e Parnamirim, no total de R$ 223 milhões
Andamento da solução: em fase de elaboração do projeto básico e com previsão de início das obras em novembro de 2015
Foto: Humberto Sales |
- Problema: inúmeros conjuntos de semáforos e fluxos de veículos de diferentes cidades (Natal, São Gonçalo, Extremoz e Macaíba) no mesmo ponto travam o trânsito. Há pouco mais de um ano, o DNIT fechou um dos sentidos da rotatória para melhorar a fluidez, mas o benefício ocorre só em alguns sentidos. Apesar do forte movimento de pessoas, não há faixas de pedestres e nenhum outro dispositivo para dar mais segurança na travessia da parte mais frágil do trânsito
Solução: viaduto em trevo e túnel em “y” com extensão de 2,3 km
Investimento: R$ 62 milhões
Andamento da solução: necessita de licença de instalação do Idema
Empresa responsável: Construtora A.Gaspar
Foto: Emanuel Amaral |
- Problema: o fluxo de carros de duas rodovias federais, BR 226 (via chamada popularmente de KM seis) e 304, se unem sobre uma pista simples do quilômetro 280 até o quilômetro 297 da BR 304, gerando lentidão no trânsito.
Solução: duplicação de 26,7 quilômetros da rodovia, construção de nove viadutos/pontes, sete passarelas e nove quilômetros de ciclovias.
Investimento: R$ 238 milhões.
Andamento: paralisada desde outubro de 2014 por conta a rescisão de contrato.
Empresa executora: Ivai Engenharia de Obras.
Via Tribuna do Norte
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