quinta-feira, 11 de junho de 2015

Aeroporto: Passageiros têm apenas a linha “R”

Emanuel Amaral
O Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, está em operação há um ano, e até hoje não existem linhas diretas de transporte de passageiros interligando-o a Natal. A única opção é o ônibus intermunicipal urbano que faz a linha “R”, oferecida pela empresa Trampolim da Vitória. O trajeto, no entanto, é longo e demorado. Para se ter uma ideia, do shopping Midway Mall até o aeroporto, dá quase 1h30 de viagem. Isso, se não houver trânsito pesado.


Os transportes são velhos e nada apropriados a esse perfil de passageiro, além de não fazerem uma rota expressa - com a exclusiva finalidade de transportar pessoas que vão para o aeroporto. A linha “R” já existia e apenas foi estendida. Antes de levar os passageiros ao destino final, os ônibus entram nos bairros de São Gonçalo do Amarante, como a comunidade Padre João Maria, passando por rua de paralelepípedo e até por um pequeno trecho de barro.  

Muito em razão do tempo de espera pelo transporte e também pelo longo e cansativo itinerário, são poucas as pessoas que utilizam o ônibus para chegar ou deixar o aeroporto. Às 9h de ontem, no ponto de ônibus do Midway Mall da Salgado Filho, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE teve a sorte de encontrar a jovem estilista Jéssica Cerejeira, de 19 anos. Sentada no banco da parada com sua mala de rodinhas junto às pernas, ela esperava o transporte das 9h20.   

Com voo pro Rio de Janeiro marcado para decolar ao meio-dia, Jéssica se antecipou mais de três horas, temendo perder o avião. De Parnamirim, onde mora, ela tomou um ônibus por volta das 8h30, para chegar no Midway antes das 9h20. 

“Ele passa de hora em hora e dá muita volta. Além disso, não tem espaço apropriado para bagagem. Acaba sendo bem desgastante, principalmente para quem vai com malas”, diz a jovem, que, se fosse de táxi até o aeroporto, precisaria desembolsar R$ 120.

Pelo menos, o transporte passou no local exatamente no horário que ela tinha anotado num pedaço de papel. Estava bem vazio e assim permaneceu durante todo o trajeto, que durou quase uma hora e meia. O ônibus passou por diversas localidades de Natal até entrar nos bairros de São Gonçalo e, por fim, chegar ao aeroporto, onde restavam somente três pessoas, contando com Jéssica.  

Os outros dois – um senhor e uma mulher - moram na zona Norte e trabalham no aeroporto. Eles conversaram com a reportagem da TN sem se identificar e reclamaram bastante do serviço de transporte. 

O senhor contou que diariamente depende do ônibus da linha “R” para chegar ao trabalho. “Moro em um bairro onde ele não passa e, por isso, tenho que pegar dois transportes. Um até Igapó, que é bem tranquilo, e depois o R, que é o principal gargalo. Ele passa de uma em uma hora. Nos sábados e domingos, chega ao extremo de demorar até 2 horas. Muito precário o serviço. Antes, tinha a linha S, que também ia até o aeroporto, mas faz um mês que só vai até São Gonçalo. O que já era ruim ficou pior”.

Funcionária de loja do aeroporto, a mulher diz que os ônibus oscilam bastante, de acordo com o dia.  “A gente tem sempre que sair com muita antecedência, ou corre o risco de se atrasar. Já cheguei a gastar três horas de casa até aqui”, afirma. Desde o início das operações do novo aeroporto, o Departamento de Estradas de Rodagens (DER) deveria ter implantado uma linha executiva, que nunca saiu do papel.

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